Atenção, este é um blog pessoal, eu só divulgo/resenho material QUE EU QUERO QUANDO EU QUERO. Você pode até me enviar seu trabalho ou me pedir pra upar alguma banda especifica se quiser... quem sabe eu acabo fazendo? Mas eu não me comprometo a postar/divulgar/disponibilizar NADA.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Índios Urbanos

Índios Urbanos no Bonifácio em Chamas VI, em 2013

Banda punk furiosa de atitude formada acho que em 2013 mesmo, de Mirassol-SP.
Tive a oportunidade de vê-los ao vivo duas ou três vezes, e eles passam muita energia no som, pulando, berrando, colocando toda a revolta na musica, e as letras, claro, de protesto puro, de temas bem variados, mas extremamente punk.

Ano passado eu tinha organizado uma demo pra eles, e acabei de montar a segunda - meio atrasado, mals aí pessoal! - e são vários sons que achei muito bons, mas um que destaca pra mim é Barões da Sociedade que curti muito a pegada, e desse segundo trabalho que eles gravaram curti bastante Crianças, que apesar de curta tem uma letra bem pesada.
Ano passado os caras passaram uns meses em São Paulo entre ocupações e fizeram vários shows e aproveitaram pra gravar um documentário do rolê, vou deixar o link no final


Índios Urbanos (2013)
01 - Violência
02 - Dia dos Mortos
03 - Juventude Robotizada
04 - barões da Sociedade
05 - Discriminação Racial
06 - Índios Urbanos
07 - Descaso Social
08 - Implantar
09 - Vitrines


01 - Descaso Social
02 - Rastros de Sangue
03 - Destruir
04 - Implantar
05 - Crianças
06 - Dia dos Mortos
07 - Não Há Razão
08 - Vitrines
09 - Ser Subserviente
10 - Ódio, Briga e Violência
11 - Punk Sub
12 - Policia Fascista
13 - Desde Criança Aprendemos
14 - Sua Mente
15 - Armas geram ódio e sangue
16 - Violência
17 - Ação Direta
18 - Soldados
19 - Amém
20 - Floresta de Pedras
21 - Barões da Sociedade
22 - Juventude Robotizada
23 - Índios Urbanos
24 - O ódio!



sábado, 13 de setembro de 2014

Sobre Black Bloc


Desde o ano passado esse nome tá bem famoso e em evidência, muita gente se envolveu em grupos que aplicam a tática ou então passaram a criticá-los mesmo sem entender muito o porquê... Enfim, esse material de 40 folhas (mas são pequenas e com letras grandes e tem recortes e imagens) aqui foi escrito em 2000 por um anarquista americano usando o pseudônimo de "Struggle" e conta toda a história do surgimento do Black Bloc, a questão dos squatters, Alemanha, EUA, várias manifestações, e em 2004 foi traduzido e editado pelo Na Tora Produções Marginais. Material bem legal e essencial pra quem quer dar alguma opinião sobre o assunto.

Aproveitando que tô postando esse livrinho aqui, resolvi criar um blog como arquivo onde irei começar a escanear livros e zines, por enquanto tá só o que já tem aqui no blog, mas logo tem mais coisa e acho que vou ter uns colaboradores ajudando, quem quiser dar uma olhada o endereço é https://arcund.noblogs.org/

Segue o link pra download do material:
Black Blocs (2004)

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Os Fanzines Contam Uma História Sobre Punks


Trabalho feito por Antônio Carlos de Oliveira, punk, zineiro, anarquista, ativista, historiador e um dos entrevistados em outro trabalho posto aqui. Ele organizou um arquivo imenso de fanzines punks, principalmente da década de 80, que estão no CEDIC da PUC/SP em Perdizes, lugar que quero um dia visitar.

O livro aqui traça a história dos punks através dos relatos dos zines entre '82 e '84, mas também algumas contextualizações pela própria experiência do autor. Apesar de até propôr um estudo e análise de porquês e tal, ele, por sorte, não se preocupa tanto com isso e vai logo falando, principalmente citando, o conteúdo dos zine, a visão dos punks sobre anarquismo, nazismo, suásticas, militarismo, religião, meio ambiente, mídia, violência, o conceito de "falsos punks" e, por consequência, "verdadeiros punks" sem falar a riquíssima parte sobre bandas e eventos,

O livro é sucinto de maneira geral, uma pena, mas a leitura é bem rápida, fácil e rica.




Eu dei uma pesquisada e vi que a editora responsável, a Achiamé, não o tem mais em catálogo, por isso estou aqui disponibilizando para compartilhamento (diferente de outros postados aqui que achei pela internet, esse foi eu quem escaneou) e eu sei que prensar um livro no Brasil é ser muito guerreiro e tenho total respeito, caso o autor ou editora se sintam lesados é só dar um toque aqui ou por email (pira_hc@hotmail.com) e eu retiro o link.


Sem mais, segue o link:

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Phuneral Punk - Os Sobreviventes 1977-2999

Lembro que muitos anos atrás li sobre esse projeto do Paulinho e fiquei maior instigado, queria muito ler, e acho que o livro demorou uns 12 anos pra sair, não foi? Enfim, ele tá circulando já faz um ou dois anos, e mesmo querendo muito pegar eu tava sempre enrolando e deixando pra depois, até que no final de semana retrasado eu fui pra São Paulo encontrar meu pai e rever uns parentes e reservei uns minutos pra colar no centro e ir atrás do Xinês (Excomungados, Garimpo Cultural) pra conseguir uma cópia dessa maravilha.

De todos os materiais que li acho que esse é o melhor de todos já feito sobre a cena punk nacional, trata sobre muitas coisas de '76 até 2001 mais ou menos, eventos, bandas, locais, gangues, pessoas, acontecimentos, mas principalmente, o sentimento de toda essa galera que criou e segurou a maior cena punk do Brasil, com depoimentos e pensamentos de vários integrantes, muitas fotos, recortes, cartazes e letras de músicas divididos 34 capítulos em cerca de 400 páginas feitas no total DIY.

Material histórico, e como o trabalho tá sendo lançado por conta própria sem interesses lucrativos e tal, eu escaneei só dois capítulos pra dar uma atiçada na curiosidade de vocês, e quem quiser adquirir, entre em contato com o Paulinho pelos emails: paulinhopunk_pp@yahoo.com.br, paulinhopunk_pp@hotmail.com ou pelo Facebook: Paulinho Punk

A única crítica que eu teria a fazer é que na parte de letras tem muitas de bandas já "conhecidas", eu sei que destacou os hinos, mas seria interessante ver letras de bandas como o Subsídio, F.M.V., To Phudydo!, Lixo Social, Mack e tantas outras que talvez a gente, galera das gerações a seguir, nunca vai ter a oportunidade de ouvir.
Enfim, excelente livro, recomendadíssimo pra quem curte punk e quer conhecer mais da sua história. Os contatos pra adquirir tão em cima, e aqui a palhinha que eu selecionei:

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Anjos, Punks do ABC 77-85

Seguindo com mais trabalhos acadêmicos, esse pós-graduação de Aldemir Leonardo Teixeira na PUC em 2007. O Movimento Punk no ABC Paulista - Anjos: Uma Vertente Radical.

Primeiro adiantar que introdução, apresentação, referencial teórico e estudos e métodos são uma parte bem curta e rápida, bom pra quem, como eu, acha um saco isso.

O autor diz que quis escrever especificamente sobre a cena do ABC por haver pouco material sobre isso - o que é verdade, tudo quanto é documentário e trabalho por aí tu sempre vê nomes como Clemente (Inocentes), Ariel (Restos de Nada/Invasores de Cérebros), Redson (Cólera), Fabião (Olho Seco) e João Gordo (Ratos de Porão), mas raramente vê algo sobre o ABC - mas eu suspeito, pela narrativa, que o próprio autor tenha sido parte da gangue Anjos, e que ele guarda muito ressentimento, como alguns dos entrevistados, quanto as questões das tretas ABC x São Paulo e também algum senso de superioridade quanto às gerações a seguir, com certo desdem pelos punks que vieram a surgir pelo final dos anos 80 e começo dos anos 90, mesmo citando diversas organizações politizadas entre eles.

Bom, o primeiro capítulo se trata de uma contextualização do movimento punk, citando alguns movimentos jovens anteriores e aí citando a cena punk inglesa e americana, essa parte tá bem rica em detalhes mesmo que eu ache que algumas pesquisas do autor não tenham sido tão completas.
Aí vem a parte legal, o segundo capítulo começa a falar sobre a cena punk no Brasil, o surgimento dela, fala bastante sobre primeiras bandas, divulgadores, eventos, salões, noticias, etc, cita banda e gangue pra caramba, mas claro, o seu foco é o ABC e os Anjos. O autor insiste bastante no lance de os punks do ABC terem uma bagagem política mais contundente que os da "city", de serem mais extremos e tal, aí eu já não sei dizer se é verdade, mas se tu olhar comparando ao menos as três principais bandas que ele estuda: Passeatas, Hino Mortal e Ulster, com as três maiores da city na época, Inocentes, Olho Seco e Cólera, as do ABC de fato eram mais agressivas tanto no visual e na sonoridade quanto nas próprias letras.
Além de entrevistas com membros das citadas Passeatas, Hino Mortal e Ulster também rola entrevista com outros punks do ABC, bastante histórias do Anjos, bastante citação de bandas e eventos, e também fotos das bandas Passeatas, Libertação Radical, Indigentes, Hino Mortal, Ulster, Niilista, Decadência Social/DZK e Disritmia.
O terceiro capítulo se trata da Dispersão, e conta os problemas que assolaram o grupo, como a morte e assassinato de alguns integrantes. Também relata as tentativas de reorganização e a resistência que teve. Numa das partes conta uma história engraçada da banda Libertação Radical, que havia ganho um concurso de bandas da CUT, e fora convidada a tocar num comício do Lula bem na praça onde os Anjos se reuniam, e como foram menosprezados pela organização resolveram gritar entre as músicas frases anarquistas contra partidos e políticos. Depois do show os organizadores com seus seguranças quiseram tirar satisfações, mas um dos integrantes só disse para a organização, apontando para os punks "Se liga, você não está na sua área, se encostar a mão na gente tá vendo aquele grupo ali, incendeia toda essa merda" e o pessoal do PT e CUT se borraram hahaha

O autor mostra como o grupo Anjos, e as bandas que surgiram no meio, sempre tiveram forte posicionamento anarquista, na verdade, ele divide a gangue em sua criação em '77 como uma gangue de rua normal e pós '79 com um ideal anarquista definido, e demonstra isso em zines, manifestos e letras de músicas.
No final é disponibilizado uma série de cartazes, fotos, panfletos, recortes de jornais e revistas. O livro é bem direto e tem uma linguagem bem simples, e bem legal pra quem quer conhecer um pouco do que foi a cena no ABC nessa época.

O Movimento Punk no ABC Paulista - Anjos: Uma Vertente Radical, Aldemir Leonardo Teixeira (2007)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Os Carecas do Subúrbio: Caminhos de um nomadismo moderno

Mais um trabalho acadêmico, esse excelente, tese de doutorado da autora.
Eu tinha procurado pra caralho ele várias vezes, única coisa que sabia era as várias referências que tem no livro de seu aluno Alexandre de Almeida já postado aqui. Procurei bastante em especial ano passado pra um trabalho que escrevi (e não sei por que até hoje ainda não postei isso aqui, mais tarde o farei) e não achei. Fiquei sabendo agora que no final do ano passado alguém upou um scan do livro no Scribd, mas na verdade eu encontrei ele totalmente sem querer uns meses atrás no blog Movimentos Juvenis Brasileiros. e tá upado desde 2009, não sei como não encontrei antes. (única coisa que fiz foi juntar os scans em .jpg deles num arquivo único .pdf)

Bom, sobre o livro, ele é dividido em seis capítulos dentro de duzentas e poucas páginas. O primeiro e o último capítulo são bem acadêmicos, fazendo dissecações sociológicas sobre questões de identidade, cultura, sociedade, etc, pode interessar à alguém, mas o que eu acho interessante mesmo é o miolo.

Há entrevistas de dezenas de punks e carecas e também muitos zines foram usados na pesquisa. É interessante ver que a priori os Carecas do Subúrbio eram uma gangue punk e que foi se fundindo com outras gangues punks, e que no começo haviam tanto carecas anarquistas, que chegaram a frequentar o CCS (Centro de Cultura Social, um centro anarquista bastante citado no livro do Valdir da Silva Oliveira aqui) como também carecas filiados ao PCB e PCdoB, mas todos ligados a uma imagem auto-criada de herói - íntegro, puro, honrado, etc - mas claro, essa imagem tava só na cabeça deles, pois as atitudes eram totalmente contrárias. Nas palavras de um dos carecas entrevistados: "A ideologia do movimento é a treta".

O livro narra como partidos de extrema direita se infiltraram no meio dos carecas e como os carecas usaram-se disso para cada vez mais se opor aos punks, se diferenciar, mesmo que tenha havido certa resistência dos próprios carecas quanto a essas ideologias.
Um caso seria o careca "G" que tinha um discurso anarquista e escrevia para zines fazendo parte do Núcleo de Consciência Punk, só que com o passar do tempo ele começou a tentar conciliar as idéias anarquistas com as nacionalistas que tomaram conta da cena careca, e por fim, ele acaba ficando só com os nacionalistas mesmo. Um outro caso seria do editor do zine Lute ou Vegete, de Santos, que provavelmente era o Genivaldo do Tropa Suicida, que no começo tinha um tom mais libertário e no final passa a ser panfletário da FNB (Frente Nacionalista Brasileira, réplica do National Front inglês), PNSB (Partido Nacional Socialista Brasileiro) e JNSB (Juvente Nacional Socialista Brasileira) - esse último ele foi dirigente, e é creditado à FNB o nome "Carecas do Brasil", unindo as gangues que agora já estavam em várias cidades.


"Mas agora as coisas estão confusas. Eu vi um fanzine em que estava escrito: 'Nós carecas anarquistas e nazistas de direita somos contra a atual situação que está aí, por isto protestamos'. Então vêem o nazismo como forma de protesto contra a atual sociedade."
"P", um dos punks entrevistados

Falando sobre o lance de partidos, é possível traçar a história dos carecas desde '81, sendo que por '84 e '85 há uma quebra maior com a cena punk e começa a se inserir idéias mais nacionalistas e por '86 se consolidando como um "movimento", pela mesma época em que começa as influências dos partidos nazistas e integralistas (que voltam a existir dado ao fim da ditadura), e o FNB se forma em '87 e parece que quase toda a cena careca estava ligado de uma maneira ou de outra a esses grupos.
É engraçado porque parece que a cena careca de maneira geral nutria muito simpatia por Hitler, mesmo ela sendo composta de muitos negros e mestiços, circulava no meio deles livros e textos revisionistas de S.E. Castan que buscavam negar o racismo de Hitler e o Holocausto. A maioria dos carecas negava o racismo mas se inspiravam na idéia do soldado nazista, superior, forte, disciplinado, honrado, etc, mas no entanto, nem todos ignoraram a parte racista, e isso fica melhor explicado no livro do Almeida - também acho interessante ver o cartaz dos Carecas do Brasil disponibilizado no livro do Ricardo Ampudia aqui.



Enfim, acho que a resenha já tá longa, então segue o link para download do livro:

Os Carecas do Subúrbio: Caminhos de um nomadismo moderno, Márcia Regina da Costa (1992)



E já tá link ali pra trás, mas acho que esses dois outros livros são ótimos complementos pra quem se interessar pela história:

Skinheads :os “mitos ordenadores” do Poder Branco Paulista, Alexandre de Almeida (2004)
O Anarquismo No Movimento Punk : Cidade de São Paulo, 1980-1990, Valdir da Silva Oliveira (2007)

domingo, 25 de maio de 2014

Mercado Negro

De Maranguape-CE, a melhor banda de rapcore brasileira que já ouvi. Som fodido e pesado, riffs metalizados e vocal rapiado, e ao contrário da maioria das bandas de rapcore que puxaram pra aquela pegada NYHC, o Mercado Negro tem uma pegada bem de protesto, como o nome do CD já sugere.
O único ruim é que o CD deles só tem 5 músicas, e eu não faço a menor idéia se a banda chegou a lançar mais coisas.

Guerra de Classes (2002)
01 - Peso do Verbo
02 - Fanáticos Imbecis
03 - Gritos de Perdão
04 - Guerra de Classes
05 - Falsos Sorrisos

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Denúncia de machismo na cena Straight Edge de São Paulo

"O objetivo desta carta aberta é denunciar a discriminação contra a mulher que se perpetua no âmbito dito libertário, expondo em repúdio o machismo velado recorrente em um meio no qual teoricamente se acredita em igualdade, porém na prática propaga o oposto"


Enquanto o racismo é mais amplamente combatido dentro da cena libertária, o machismo e a homo/transfobia se fazem muito presente, estão por aí em diversas letras de bandas esbanjando ignorância e preconceitos baseados no senso comum. Dá vergonha alheia quando bandas me mandam material com letras desse nipe, falando sobre "heterofobia" ou "feminazi"... pior ainda se considerarem libertárias... mas, pra mim, pior que isso é o discurso demagogo.
Adianta querer cobrar postura de uma banda com influência de Raimundos? Agora tu tem casos como o do Gustavo do Nieu Dieu Nieu Maitre (que tinha aqui no blog mas retirei faz tempo) com letras libertárias e até uma bem grande sobre feminismo mas com uma atitude totalmente oposta, que tu pode conferir na carta aberta contra ele aqui.
E agora rolou o mesmo, de bandas que nos palcos falavam sobre igualdade, até sobre direito das mulheres, mas fora deles às objetificavam, tiravam sarro de seus ideais e ainda praticavam o chamado "revenge porn" (que só no último mês foi causa de dois suicídios no Brasil).


Dentro os denunciados estão membros das bandas Still x Strong, La Revancha, Duo, Metade Melhor, Dikina, Inspire, Disxsease, Direct Shot, Future Waves, Inner Self, Stand Hard, Calças de Veludo, In Your Face, Werewolf, Sentenced, The Only Way, Days of Sunday, e talvez outras, coletivos Verdurada e SP em Fúria, zines Escória e Crescocreator Webzine, crews Disciplina e Baiano Loko. Os auto-intitulados "Reis".


Ainda tô vendo como vão se pronunciar não só essas e os coletivos, mas também as outras bandas da cena. Tenho diversos amigos dentro da cena sxe mas eu mesmo nunca tive muita ligação, não sei o quão sabido era pelo resto das bandas o que tava rolando e o quão conivente eram com a situação, aí fica ao seu critério julgar se as outras das bandas da cena, como as que saíram na recente coletânea "Não Somos os Primeiros, Não Seremos os Últimos" eram ou não cúmplices do que tava rolando, mas na denúncia no CMI é triste ver uns caras falando, ainda com certa poma, que tem lá seus 40 anos e sempre viram isso na cena... porra, então a atitude de vocês também se resumiam às músicas? Parabéns por ter lá seus 40 anos, estar na cena desde o começo, sempre ter visto isso, e nunca ter feito NADA.
Muitos tão querendo defender a "cena", falando que a atitude é isolada desses caras, mas estes que vi tentam amenizar o ocorrido falando "sempre aconteceu" ao invés de tomar uma postura contundente contra isso... enfim, acredito que o negócio ficou mais público em um evento na USP dia 22, e a carta aberta saiu 2 dias atrás, e por enquanto continua um silêncio total das bandas e coletivos, principalmente adjacentes, quanto o assunto. Será que vão querer abafar a conduta dos "brothers" e continuar na mesma porque eles tem bandas e zines e coletivos e movimentam a "cena"?

Enfim, segue a denúncia com fotos:

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

"Não vou me desculpar por ter sido violentada", uma denuncia contra o Casualties

Há 6 dias atrás (05/11/2013) o site de construção coletiva Put Your Damn Pants teve uma convidada que fez uma denúncia bem grave, o texto é extremamente ácido e quando você tiver dúvidas sobre o que ela está escrevendo, tenha certeza que é um sarcasmo bem inconveniente pra quem tiver capacidade de entender.
Já adianto que a banda nega o ocorrido, mas sem mais delonga, segue a tradução (o texto original você pode conferir aqui).

obs: Muitos substantivos em inglês não tem gênero, quando não há contexto eu vou substituir o gênero na tradução pelo "x". Fora isso, muitos termos e frases são de difícil tradução literal, então posso ter mudado algumas palavras, mas preservei o sentido.

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A postagem convidada de hoje vem da incrível Beth - "Uma 'scenester' se recuperando de 30 e poucos, esposa e mãe, caseira. Eu escuto Descedents no conforto da minha casa suburbana enquanto cozinho descalça e grávida da 'Garota Rebelde' do Bikini Kill. Eu posso não ter tudo resolvido mas estou constantemente buscando por equilíbrio.

De acordo com as estatísticas de violência sexual, "Uma em quatro mulheres em idade da faculdade reportaram sobreviver um estupro ou tentativa de estupro desde seus 14 anos" isso é um fato bem sabido e provavelmente não será nenhuma surpresa que eu tenha certeza que você, uma namorada/namorado, ex, irmã/irmão, mãe/pai, criança, professorx, babá, ou vizinhx na sua vida já foi uma vítima. O que pode surpreender você é como uma violência sexual pode realmente incomodar as outras pessoas. Não, eu falo sério, que saco total ter que saber que umx amigx seu/sua foi abusadx por alguém - isso faz você sentir mal, saca? Ou que incomodo ser amigo de um certo alguém que foi acusado de fazer isso, eu quero dizer, nossa, dê a você mesmo um tempo, certo? Não é como se tivessem feito com você, você nem estava lá e eu poderia totalmente estar mentindo.

Espere... o que? Deixe me voltar.

Eu totalmente incomodo as pessoas porque aconteceu de eu ter sido violentada sexualmente pelo vocalista de uma banda que elas gostam, tipo gostam mesmo. Eu sei, eu sei, eu deveria ter tentando mais do que só implorar para que uma banda seja rejeitada, e ridicularizada e estragar a lista do seu iPod, mas, hey, isso não foi uma escolha minha. Mas cara, que total inconveniência para o coitado de você saber de alguma coisa ruim sobre a banda que você ama. Apenas ignore os fatos, quer dizer, isso foi há muito tempo, não é como se eu pudesse ainda me lembrar que vestia um shorts cargo camuflado e uma camiseta gola v da Hanes... uma roupa que totalmente estava passando vibrações de "me coma" com minha cabeça recém raspada e pernas não raspada e... espere... hmmm

Você sabia que eu também faço pessoas se sentiram constrangidas porque eu abertamente posto sobre minha violação no Instragram ou Facebook toda vez que eu vejo menção dessa banda por "amigos"? Digo... deve ser muito desconfortável para eles... eu invadindo seus espaços pessoais desse jeito, tipo a invasão de como alguém te prendendo contra a parede e enfiando as mãos dentro de suas calças pela frente e por trás enquanto empurra todo seu peso corporal contra você tendo 16 anos de idade e 40kgs enquanto você tenta chorar e resistir.. Não, não, espere, provavelmente não é como isso, mas ainda assim, que chatice, quero dizer, eu deveria aprender a manter minha boca fechada. Eu não dei queixa então... que direito eu tenho de AINDA falar disso? Eu tenho certeza que ele mudou e seguiu sua vida, eu ouvi que ele é um grande cara.

Sabe, é engraçado porque... bom, não, não é engraçado, é triste. É triste porque havia um tempo na minha vida que eu me sentia completamente confortável para confrontar um total estranho, em pessoa, usando uma camiseta ou patche dessa banda, e dar um tapinha em seu ombro, olhá-lo nos olhos e dizer "Oi, meu nome é Beth e o vocalista DESSA BANDA PUNK DE MERDA DE NY COM UMA MERDA DE CABELO GRANDE E CALÇAS BONDAGE ME VIOLENTOU SEXUALMENTE QUANDO EU TINHA 16. Você talvez ouviu rumores de ele fazendo isso antes mas de hoje em diante você nunca poderá dizer que não conheceu uma vítima dele e não teve a chance de ouvir sua história". Algumas vezes as pessoas queriam mais detalhes, algumas vezes eles até admitiam ter ouvido sobre isso antes, o incrível é que todos esses estranhos tiveram algo em comum que foi que eles acreditaram em mim. Eles se sentiam compelidos a falar, chorar, se identificar ou debater, como se isso fosse uma coisa totalmente zoada que aconteceu e nós não iriamos ficar sentados e aceitar isso. No final, 100% das pessoas que eu conversei removeram suas camisetas, patches, bottons, etc da banda, um garoto até tirou a camiseta e a jogou no fogo. Todos gestos bem pequenos pra você, mas pra mim eu me sentia realmente fortalecida de contar minha história, de ter alguém, através de suas ações, dizendo "Yeah cara, eu tô do SEU lado", "Você só pode ser uma vítima se você admitir derrota" eram palavras pelas quais eu vivia, essas faces aleatórias me deram força por se levantarem atrás de mim... sim, sim, verdade, nós eramos jovens lá, jovens, ingênuos, cheios de energia e apoios, tão cheio de paixão sobre o que é certo e errado e fazendo o bem, e também, nós não estávamos no meio de uma cerveja com os amigos e, você sabe, "matando o clima", ou a camiseta não era "vintage", e os pacthes não eram tão difíceis de se achar. Digo, podia ser totalmente da primeira tour deles - e isso vale ALGO, *blergh*.

Então, sabe... agora fazem uns 16 anos desde que eu fui violentada e o passado nunca vai mudar. Agora eu sou uma esposa, mãe, dona de casa, dona de um negócio, e sim, ainda, eu sou todas essas coisas E a garota que o "J_SobrenomedaBandaLegal" violentou. Nos muitos, muitos anos que se passaram, minha necessidade de falar sobre essa noite nunca mudou. Onde antes eu viajava para festas longes e me mantinha firme e orgulhosa com minha camiseta do Bikini Kill gritando "Aqui estou, e isso aconteceu", hoje eu sou só uma mãe caseira que acha tempo para olhar o Instagram entre as trocas de fraldas e sinto a necessidade de deixar um comentário "Oh, hey, esse cara na foto tirou meus desejos sexuais por 10 anos por me violentar, menor de idade, na casa de amigos. Ele é a razão de eu não ter tido uma relação sexual saudável até os 20 e tantos. Oh, e você está ótimx por sinal, até mais, beijos beijos #hashtag #hashtag". Eu não tenho o tempo ou o dinheiro para uma babá pra sair e continuar a gritar, mas eu ainda tenho minha satisfação porque eu não vou sentar-me e calar-me.

Nesse tempo onde a internet fez opiniões serem vastamente acessíveis às massas eu ainda sinto que algum comentário pode alcançar mil olhos desconhecidos, tudo do conforto do meu sofá, enquanto isso é bem longe do meu ativismo anterior de realmente ir encontrar pessoas, as coisas que realmente mudaram não foram pela minha história/aproximação mas pelas reações. Enquanto ficamos mais velhos a nostalgia cresce e relembramos daqueles bandas que nos trouxeram aqui, nós queremos cantar juntos e conseguir babás para as noites de finais de semana porque, droga, nós ainda somos jovens! E talvez alguns de nós ainda estão em turnê e nós não queremos queimar pontes com bandas que possamos tocar junto... ou talvez nós somos amigos de bar com alguma banda de longe e sabe, pode ser que precisemos de um favor deles um dia, ou então colocá-los pra encabeçar a festa de uns amigos locais porque... quero dizer... eles ainda atraem muita gente. Yeah, claro, eu entendo, você é muito preguiçoso, eu esperava uma reação maior de você só por mostrar um pouquinho de informação absolutamente torturante sobre minha vulnerabilidade a experiência sexual enquanto menor. Mas não, não, não, você está certo, talvez se eu marchar em uma parada você até "curta" minha foto, mas pedir pra você confrontar um amigo, ou possivelmente não colocar outras mulheres em perigo por levá-lo por aí, ou NÃO COMPRAR CERVEJAS PRA ELE COMO SE SUA PRESENÇA NA CIDADE FOSSE MOTIVOS DE CELEBRAÇÃO!  Eu... ugh... eu estou cansada também. Talvez nós estamos velhos de mais pra se importar, se apenas houvesse um jeito de repostar artigos sem importância na internet para as massas verem só clicando em um botão, que por sua vez colocaria uma história não ouvida para milhões de olhos lerem do conforto de suas cadeiras de computador, somente aí eu poderia ter um pouco de apoio... não, espere, não, ainda é só ela dizendo que aconteceu, e realmente... e se isso fosse levado até ele? Isso poderia tornar a situação constrangedora, constrangedora como ter alguém empurrando sua cabeça contra a virilha e tentando explicar "É fácil, você pode fazer isso" enquanto você põe toda sua força nos seus braços pra tentar levantar seu peso e quase morde sua própria língua pra ter certeza que sua boca está fechada... oh não, não, espere...

Bom, adivinhem? Aqui eu estou sentada durante a hora da soneca, confortável na minha cama, laptop aberto, protestando do meu jeito como sua amiga, ou talvez eu era sua amiga antes de eu mudar pra fora da cidade e começar uma família. Talvez eu era só sua bartender, garçonete, garota do checkout, costureira, babá, ex-namorada, promotora de show, trabalhadora voluntária, que ia aos shows, ou talvez só a garota que sentou do seu lado no bar. Mas aqui está o que mais eu sou, eu sou a sobrevivente de uma violência sexual quando tinha 16 por uma homem mais de 10 anos mais velho que eu, esse homem me encurralou num quarto e tentou me forçar a fazer atos sexuais com ele, falando que ele iria contar pra todos na van que ele tinha feito de qualquer jeito então era melhor eu fazer mesmo. Quando eu corri do quarto  ele me perseguiu pelo corredor, me empurrando contra a parede e enfiando suas mãos em todo orifício que ele podia achar enquanto enfiava sua boca na minha para silenciar  meus gritos e lágrimas de serem ouvidos. Quando, eventualmente, eu consegui me libertar eu me tranquei num quarto abandonado até que amigos vieram. Eu dormi nesse quarto e só fui perturbada uma vez por um membro da banda que simplesmente bateu na porta e disse "Você não tem que abrir a porta, apenas ouça. Você não precisa nem me dizer o que aconteceu porque eu já sei e eu sinto muito". E eu sinto muito se VOCÊ NÃO CONSEGUE LIDAR COM ISSO.

Quando eu sai de lá na manhã seguinte, 16 anos atrás, a banda já tinha ido embora, minha carteira havia sido roubada, e foi deixada para mim uma camiseta da banda como se fosse algum tipo de prêmio de consolação. A ironia do nome da banda de eu ser uma CASUALIDADE no meu próprio direito não se perdeu em mim. Todos esses anos que passaram e toda vez que eu escrevo essas palavras, falo sobre elas, revivo-as, eu sinto ânsia de vomito. Eu me lembro como o vocalista cheirava, seu gosto, seu dente podre, sua pele suja, como a banda falava que não cortavam o cabelo pra fazer uma afirmação, e principalmente como completamente indefesa eu me senti, quão assustada, suja, envergonhada, usada, rejeitada, confusa, sozinha e arruinada eu me senti. Eu sinto todas essas emoções quando meus amigos tocam em shows com esse cara, quando eles põe seus braços em volta dele nos bares, quando eles o defendem, inferno, eu sinto tudo isso só pelo fato de ele ainda respirar. Através de minhas viagens eu conhecia outras garotas e ouvi suas histórias e sei que nenhuma justiça nunca foi feita, não legalmente, não musicalmente, nem ao menos um pequeno buraco na estrada da sua banda ou em sua merda de vida patética. E agora... agora é minha culpa por contar minha história de novo, porque eu sei, você já comprou os ingressos para o show deles e eles custaram $30 e você não quer desperdiçá-lo.. Yeah, eu entendo, eu disse, eu sou o cara mal.

Bem, vai se foder Jorge! Foda-se você e sua banda de merda. Eu não quero ser sua vítima ou contadora de história, eu quero ser uma esposa para meu marido, uma mãe para meu filho sem ter que ter sua memória, mas eu não posso, o que eu posso é criar um homem que respeite as mulheres e seus limites, mas ainda assim seu legado de merda continua vivendo por trás das razões e exemplos que eu passo para meu filho. Eu não sou sua vítima, babaca, eu sou sua sobrevivente, e essa é minha história e se isso faz você, amigo, desconfortável, então nós temos algo em comum pelo menos uma vez. Você sabe... "Me desculpe se eu estou alienando alguns de vocês, mas toda sua porra de cultura me aliena".

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

HORDA PUNK


Quatro velhos adolescentes de PORTO UNIÃO DA VITÓRIA -PR/SC - SC, levando um som de qualidade e responsa desde 2002 até esses tempos sangrentos e violentos, tempos de repressão e exploração, que vem acumulando revolta a muitos anos, com dois discos e algumas participações em coletâneas, o quarteto tem grande influência de bandas como Dead Kenneds, G.b.h., Garotos Podres, Replicantes, Sex Pistols, The Clash, Cólera e muitxs outrxs.
Um detalhe sobre a banda com relação a um vídeo clipe produzido por Houly (Gritos) é que o youtube censurou e excluiu o vídeo da rede, o que não se pode entender é que, as imagens do vídeo foram tiradas do próprio youtube, então porque foi excluído? Além disso o cara foi proibido de publicar por um período... Mas pra quem não viu e tem interesse em ver o vídeo, é só CLICAR AQUI.
Uma ótima ENTREVISTA que Houly faz com Nem Tosco, da Cama De Jornal no blog TOSCO TODO, mostra fatos interessantes sobre o começo da banda, onde eles ensaiavam, o surgimento do nome da banda, e sobre uma música que fala do abuso sexual de padre sobre um garoto, no começo o garoto tinha apenas 12 anos de idade e só deu fim nos abusos aos 18, saiba como lendo a entrevista.
O primeiro disco de HORDA PUNK é o Não Há Futuro, com 14 músicas e a primeira que é uma letra indispensável em todos os momentos da situação do mundo/brasil atual.
O Segundo deles é o Faça Amor Não Faça Guerra, com 13 faixas muito serias e verdadeiras, entre elas a música que abala com qualquer Punk Anarquista, A ANARQUIA PROPOSTA NUNCA IMPOSTA, basicamente a letra é um soco no estomago do Estado, em fim, ouça e entenda, aprecie o underground até a morte.



2006 - NÃO HÁ FUTURO!

01 - ABOMINÁVEL MUNDO DOENTE
02 - HINO DA HORDA PUNK
03 - A FORMULA DA VIOLÊNCIA
04 - NÃO HÁ FUTURO
05 - REPUBLICA
06 - LIBERDADE, AMOR E PÃO
07 - COLÍRIO ALUCINÓGENO
08 - PONGUEAR ATÉ MORRER
09 - RENEGADOS
10 - PADRE NICOLAU X VALDELIRIO O MENINO DE RUA
11 - SIEMPRE COMO UNA CULEBRA
12 - BAÍA DA TRAIÇÃO
13 - MAMÃE EU TENHO CÁRIES
14 - TOCA RAUL















01 - Conlutas
02 - Rios de sangue
03 - Caos destruicao
04 - Sabado catorze
05 - Imunidade parlamentar
06 - Revoluçao das massas
07 - Que pais legal
08 - Anarquia proposta nunca imposta
09 - Al carajo
10 - Nicolas priest valdelirio the street boy
11 - Planeta guerra
12 - Medalha de honra
13 - The end